Sogro de João Pontes desabafa

04/08/2011 10:20

“Quando atuava no presídio entristecia-me ao lado dos presos e, de repente, os presos eram minha filha e o meu genro.”

 

Adriana Batista, esposa de João Pontes, foi ameaçada de morte no presídio durante os dias em que ficou presa. O Pastor Raulquirdes Ribeiro Batista, 49, pai de Adriana, dedicou parte da sua vida aos detentos da unidade prisional de Parintins. Ele buscou entender e mostrar novos caminhos para as pessoas que estão à margem da sociedade e procuram a recuperação.

O que ele não imaginava é que a filha, Adriana dos Santos Batista, e o genro João Nascimento Pontes fariam parte deste cenário, onde todos são taxados de bandidos. “Sofremos as maiores humilhações. Com a prisão do João e da minha filha. Quando atuava no presídio entristecia-me ao lado dos presos e, de repente, os presos eram minha filha e o meu genro”, disse ele.

O Sogro de João Pontes revelou que sua filha foi ameaçada de morte dentro do presídio. “Eu ainda não tinha falado isso à imprensa, mas o maior constrangimento que minha filha sofreu foi quando ela entrou no presídio e os próprios presos disseram que matariam a mulher que estava entrando”.

Adriana ficou 33 dias na unidade prisional de Parintins. João Nascimento Pontes se encontra no complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, onde completou neste dia 27 de julho um ano e três meses em cárcere. Batista fez um apelo à justiça para que revele à população o resultado dos demais processos onde estariam arrolados outros acusados de exploração sexual de menores.

“A Justiça precisa analisar esse fator, pois a população quer ver o resto dos processos que estão sendo analisados. Nós queremos que seja feita justiça, mas que seja imparcial. O João não pode pagar só, por estar sendo injuriado, julgado e condenado por fatos onde estão arroladas mais de 30 pessoas”, comentou.

 

 João é vereador

 

 Depois de um ano e meio sofrendo inúmeras derrotas na justiça, a família de João Nascimento comemora o resultado da liminar deferida pelo desembargador Luiz Wilson Barroso que aceitou o pedido do advogado Rômulo Sarmento dos Reis e expediu liminar suspendendo os efeitos da cassação do mandato de Pontes.

A decisão do magistrado é monocrática, ou seja, não cabe recurso. “É uma vitória porque já passamos por tanto sofrimento, tanta humilhação. O João foi preso, julgado e condenado, mais nunca ele foi uma ameaça para a justiça. O João não é isso que falam e ele nunca foi pedófilo”, comenta Raulquirdes.