Movimento por moradia cadastra sem tetos

26/09/2011 10:40

Mil e oitocentas famílias, esse é o número de pessoas cadastradas no Movimento Popular por Moradia em Parintins. Os números estão registrados em um cadastro que é feito na casa do guarda noturno Jackson Silva, 46 que encabeça o movimento com um grupo de mulheres.

Por ter participado de dois processos de invasão dos bairros Itaúna I e União ele é considerado um dos comandantes da indústria da invasão no município. Nos últimos dias Jackson, foi acusado na imprensa de estar preparando uma nova investida. O barulho provocou correria à casa dele no Bairro Paulo Corrêa confluência com o Bairro União onde recebe diariamente de 5 a 20 pessoas que procuram com a esperança de ter um dia à casa própria.

 “Eu não ganho nada com isso, só não posso negar apoio a essas pessoas que me procuram. Esse não deveria ser o nosso papel, mas do poder público. Não vendo ilusão, esse pessoal procura terras e moradia”, diz no meio de pessoas que lotavam sua residência.

A maioria que procura por Jackson são mulheres que moram com sogras, pais ou vivem em casas alugadas e pessoas de outros estados que fixaram residência em Parintins. Perguntado sobre os políticos envolvidos ele afirma que não existe nenhum. “O movimento é feito por pessoas que não tem casas, as pessoas do movimento são todas pobres iguais a mim, eu tenho casa e eles não tem”, dispara.

Para ele o poder público não pode fechar os olhos para o problema e anuncia para o próximo dia 25 uma reunião com as pessoas cadastradas para buscar um encontro com as autoridades do município.  “Vamos procurar as autoridades de Parintins vereadores, prefeito o poder publico. Não estou aqui para puxar saco do prefeito, mas tenho notícias que houve três vezes a reintegração de posse do Bairro União e ele comprou a terra foi uma vitória para nós porque fomos nós que pagamos com nossos impostos”, diz.

Perguntando se já existem lugares a vista para invasão ele desconversa. “Não é o nosso movimento que está tentando invadir os terrenos perto da caixa d’água no Itaúna II como tem sido dito na imprensa”, afirma. Ele encerra dizendo que está buscando os meios legais para tornar o movimento de fato e de direito.