Memória Parlamentar em resgate
Memória Parlamentar em resgate
Projeto analisa 150 anos da história política de Parintins e será concluído em dois anos
Decretos, livros atas, leis, balanços contábeis da Câmara Municipal de 1910 à 1970 estão entre os documentos em processo de restauração no projeto História e Memória Política do Município de Parintins por meio de convênio com o Instituto Memorial Parintins - IMPIN.
O projeto, iniciativa do presidente da Câmara, Juscelino Manso, é executado há cerca de dois meses pelo Instituto com a denominação “Das intendências às legislaturas. A história de Parintins nos arquivos do legislativo municipal” e reuni cerca de quatro mil documentos, a maioria em deterioração e envelhecimento, devido a alta umidade e temperatura que propiciaram o enfraquecimento e consequente fragmentação do papel.
Entre os fatos históricos chama atenção a visão organizacional estilo europeu vivido em Parintins. A historiadora Larice Butel, que integra o projeto, conta detalhes da informação. “A organização da cidade era impressionante. As pessoas pagavam licença para ter um cachorro e eram multadas se deixasse o animal na rua, bem diferente do que a gente vê hoje. Não havia também diferença entre pobre e rico”, conta.
Para auxiliar nos trabalhos o Instituto conta com documentos catalogados pela arquivista aposentada da Câmara, Valda Amaral, que registrou João Rebello Corrêa intendente em 1910. Na época os intendentes eram os vereadores e os superintendentes prefeitos. Para Butel o trabalho é como montar um quebra-cabeça.
Com máscaras e luvas cirúrgicas, para evitar problemas de alergia e contaminação com fungos Juciélia de Souza (graduada em química), Ambrósio Cidade (acadêmico de artes plásticas UFAM), Larice Butel (historiadora) e Samuel Sá fazem o trabalho cuidadoso para evitar danificar as folhas fragilizadas.
Pincel, borracha ralada e uma cola especial de carboxi metil celulose, são os instrumentos necessários para fazer o trabalho de higienização, descrição e digitalização, feita por Kairo Carmo. “Alguns não poderão ser recuperados porque perderam parte do conteúdo”, afirma Juciélia.
Toda essa prática que vem sendo aplicada em Parintins é resultado do mini-curso “Tratamento de documentos textuais e pequenos restauros”, realizado pelo Centro de Estudos Superiores da UEA em 2005, ministrado pelo professor Custódio Rodrigues da Silva, pós-graduado em Conservação Fotográfica e Restauro de Documentos, pela FUNARTE, restaurador e conservador do Museu Amazônico, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que em junho deste ano orientou a equipe do IMPIN.
Pioneiros na restauração de documentos antigos