Invasões eleitoreiras
Há duas décadas Parintins vive a prática das invasões de terras. Desse processo nasceram os bairros Itaúna I, II, Paulo Corrêa e atualmente União que concentram mais de vinte mil pessoas e um grande número de eleitores. Todos esses movimentos tiveram cunho político, acontecendo sempre um ano antes das eleições. As ocupações se deram em terras improdutivas do latifundiário Paulo Corrêa de Santarém, com quem os prefeitos negociaram as terras.
A história se repete um grupo de pelo menos duzentas pessoas invadiram áreas particulares dos Loteamentos Tonzinho Saunier e Teixeirão nesta semana onde os proprietários ainda pagam suas mensalidades.
Um exemplo de desespero foi de Dona Carmem Silva, doméstica que trabalha de sol a sol para pagar o carnê mensal de seu lote. “Meu Deus, trabalho todos os dias para pagar esse lote de terra para construir minha casa e vêm essas pessoas que não tem o que fazer e invadem a minha terra, trabalhem igual a mim”, diz desesperada.
De outro lado estão dezenas de famílias que incentivados por grupos políticos chamam a atenção para o problema que não é só de Parintins. Neste caso o município não pode agir, pois a área ocupada é particular, que caracteriza formação de quadrilha e crime ambiental.
Será que já estão montando dentro das áreas de invasões, os escritórios provisórios que só funcionam por três meses e somem por quatro anos? Longe de quem esteja encabeçando ou liderando o movimento, está claro o problema do crescimento desordenado, o déficit habitacional e o cumprimento das políticas públicas.